skip to main |
skip to sidebar
Quatro dias. Quatro dias que ela passou longe dele. Perdeu aquela energia tão caracteristica e aquele sorriso engraçado que tantos olhares conquistava. No dia da partida dele, esteve sempre por perto; podia estar junto das amigas mas perto suficiente daquela figura masculina para ouvir o seu riso e presenciar a felicidade que ele estava a sentir. Estava feliz e ela também devia estar; mas não conseguia. Como conseguia estar feliz se ia passar quatro longos dias longe dele, sem um único telefonema ou mensagem? Caminhava deprimida pelas ruas, sozinha. Apetecia-lhe estar sozinha, apenas ela e os seus pensamentos, o que não era normal. De qualquer das formas, nunca deixava de pensar nele e nos seus olhos negros. "O que estará a fazer neste momento?" interrogava-se a si mesma, vezes sem conta. Naquelas noites, sonhou com ele. O reencontro. Ela corria até ele e lançava-se nos seus braços. "Porque demoráste tanto tempo?" Ela interrogou. Ele riu-se e respondeu "O suficiente para garantir que ias ter saudades minhas."
Com amor, Rita.
Um "Olá..." tímido era suficiente para a deixar a sorrir como uma tontinha. Sentia as suas bochechas a ganhar um calor característico de quando estava perto dele; só ele a fazia sentir-se assim. Escondia um pouco o rosto com os seus cabelos negros ou virava o rosto para o lado oposto, numa tentativa de não se fazer notar o quão embaraçada estava. Nos dias em que ela estava a um canto do Jardim com as amigas e ele no outro, ouvia-o a rir e isso era suficiente para fazer o seu dia valer a pena; afinal não se tinha levantado da cama por nada. Oh, e cada vez que ele lhe dirige uma pergunta? É mais que previsivel que ela fica com o coração a mil, a querer saltar-lhe do peito numa explosão dos mais bonitos sentimentos. Deu por si a desejar que ele estivesse sempre a seu lado, independentemente da situação. Mais perfeito que ele, era impossivel.Estava sentada no muro e ele aproximou-se, chamando-a pelo nome. A maneira e o tom de voz que utilizou para o pronunciar, tornou-o mais bonito. "Vindo dos lábios de um anjo..." Pensou, fitando aqueles olhos negros com um sorriso a nascer-lhe no rosto. Com amor, Rita.

-
Ela acredita na liberdade. Ela acredita que se as coisas acontecem, por alguma razão é. Ela acredita que cada pessoa é especial à sua maneira. Ela acredita que ainda há esperança para o mundo. Ela acredita que o amor anda de mãos dadas com a amizade. Ela acredita que um dia vai voar. Quando parece não haver saída, ela fecha os olhos e tenta encontrar uma solução. Pode demorar algum tempo mas ela tenta resolver tudo. Que ninguém lhe diga o que deve ou não fazer porque quer ter a sua própria independência e Liberdade de escolha. Se por acaso encontrar um velho amigo na rua, não vai afastar-se, com vergonha. Por alguma Razão o destino quis que se reencontrassem. Não consegue ficar parada quando estão a fazer pouco de alguém que gosta muito, não suporta indiferença e é capaz de gritar em plenos pulmões que todos são Especiais à sua Maneira até a mensagem ficar bem interiorizada em cada um. Todos os dias ela acorda com Esperança que o dia lhe corra bem, não só a ela, como a todas as pessoas que ama. Adora sentir-se amada e saber que há pessoas que se preocupam com o seu bem estar e os seus sentimentos; as pessoas que estão presentes nos piores momentos são aquelas realmente verdadeiras. Portanto, é isso, o Amor anda de mãos dadas com a Amizade.Ela gosta de olhar para o céu e ver os pássaros a voar e deseja, um dia, poder ser tão livre como eles são e voar.Ela chama-se Rita.
Ela agora é pequenina. Está a aprender a crescer, a bater com a cabeça na parede, a cair, a levantar-se, a procurar o caminho certo. Ela não se sente perdida, mas tem medo que isso aconteça. O lado bom é que os amigos estão sempre por perto mas, claro, só os verdadeiros estão a fazer a diferença.
Ela está a tentar afastar todas as más energias e adoptou um novo lema de vida: "Acordar, Aproveitar cada Segundo, Adormecer." Só ela sabe o que quer dizer com aquilo ao avaliar tudo aquilo por que passou; teve que esconder lágrimas atrás de sorrisos; foi maltratada mas sobreviveu; partiram-lhe o coração em mil e um pedaços mas continua por aí a correr e a saltar, como se nada mais importásse.
Está a reconstruir o caminho que ela mesma destruiu e a ignorar todos os comentários que lhe são lançados, aquele do género "nunca vais conseguir". Oh, ela virou-se para a pessoa que o disse! Um sorriso nasceu-lhe no rosto e respondeu num tom amigável "Observa-me."
Com amor, Rita.
Formou-se um círculo no meio da pista de dança. Dois rapazes e duas raparigas estavam ao centro e tinham que escolher alguém para dançar. Ele avançou lentamente até ela e pediu-lhe que o acompanhasse na dança. Ela ficou atrapalhada mas acompanhou-o. Não podia estar mais feliz.
Correu até á rua e agarrou no telemóvel, ansiosa por contar a um dos seus amigos o que tinha acontecido. Ele perguntou-lhe como estava e ela respondeu “Não podia estar melhor!”
Ao voltar para o salão, haviam casais e amigos a dançar e mal teve tempo de respirar, foi puxada para a pista de dança por um amigo. Embora quisesse, não se conseguia concentrar a sua atenção nos seus movimentos ou no seu par; só conseguia olhar para ele, o rapaz dos seus sonhos…que dançava perto dela com outra rapariga, aparentemente uma colega de turma. Oh, como ele era bonito...
A primeira dança a pares terminou e ela foi para perto de uma mesa, aguardando alguém que a agarrasse e pedisse para dançar. Para sua surpresa, ele apareceu. As suas pernas tremiam, o coração acelerado queria saltar do peito e as suas pestanas batiam, impacientes e incrédulas. “Ele não está a vir directo a mim, não pode…” mas ali estava ele, a ir na sua direcção, com aquele sorriso genuíno que ela tanto adorava. Os olhos negros dele conseguiam brilhar mais do que cada holofote. Ele avançou, sempre de sorriso nos lábios mas, algo o fez parar e recuar. Baixou o olhar, algo atrapalhado, e virou costas. (...)
Ela correu para fora dali e escondeu-se na sobra de uma árvore, onde ninguém a conseguia ver. Desejava desaparecer, desejava que aquela noite acabasse.
Agora, ela chora e pergunta-se o que há de errado nela. Sabe que nunca vai ter uma resposta mas não se importa. Vai sempre recordá-lo como “o rapaz dos olhos negros e brilhantes.”
Com Amor, Rita.