segunda-feira, 21 de junho de 2010

dizer adeus.

Quase de certeza que todos se lembram do primeiro animal de estimação. O meu foi um cão chamado Pluto mas esta não é a história dele, é a da Borboleta.

Não me lembro de quando a recebi nos meus braços mas lembro-me que devia ter os meus 9 anos de idade e andava a correr com ela de um lado para o outro, a brincar às escondidas, e ela encontrava-me sempre. Também me lembro de quando ia passear com ela e lhe soltava a trela.

A borboleta corria, rebolava-se na relva, ia ter com os cães dos vizinhos, não deixava dormir a Srª Saudade e quando me chateava com ela, escondia-se sempre no seu refugio. Nunca me deu problemas e, algo que eu achava extraordinario, tinha uma óptima relação com todos os gatos que iam surgindo ao longo dos anos lá em casa.

Mas, foi ficando velha. O primeiro susto que apanhei com ela, foi quando a encontrei pendurada no muro quase a morrer com falta de ar. Voltou a repetir-se uma segunda vez. Depois, continuou a sua vida como se nada estivesse a acontecer.

Agora... bem, agora não a posso ver; ela esconde-se de mim. Por uma conversa que ouvi, está cega de um olho, ferida numa perna e à beira da morte. Não sei se já chamaram o veterinário mas, honestamente, não quero saber. Aliás, quero, mas não preciso que me lembrem que tudo tem um fim.

Eu adoro a Borboleta - e neste momento estou a limpar as lágrimas que insistem em cair-me dos olhos enquanto escrevo isto - e vou sempre lembrar-me dela. Razões pelo qual o vou fazer: deixou-me uma cicatriz enorme quando se zangou comigo; foi a cadela mais teimosa que alguma vez tive; não me podia ver a comer, que vinha logo com olhinhos a brilhar 'pedir-me' um pouco do que tinha nas mãos; esteve perto de mim nos piores e nos melhores momentos. Adoro-a, mas chegou a altura de dizer Adeus. Por muito que eu não queira.

3 comentários:

  1. Mas com toda a certeza que seria bem mais dificil e trabalhoso vivermos uma vida que não é a nossa, tornava as coisas mais simples é verdade. Mas no corpo de outra personagam encontraríamos outros problemas, e a esses também não haveria como escapar. A única diferença é que seria tudo ficção, o que era óptimo :)
    Prezas muito os animais, isso é fantástico :)

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  2. Ainda bem que gostaste :)
    A ideia das escadas rolantes surgiu ao ler um texto de Margarida Rebelo Pinto, logo não é mérito meu :$

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